Acredito muito no potencial desta terra e do seu povo ávidos por se reconhecerem em tudo o que vêem nas mais diversas mídias, poderem olhar para o ecrã e sentirem-se representados, retratados na sua essência, sem rótulos, caracterização que os torne apenas caricatos.
É urgente que sejam protagonistas da sua própria história, sem os filtros estrangeiros de adaptação a outras culturas e, por conta disso, não terem os devidos contrastes que incomodam e tiram do lugar comum obrigando a pensar promovendo a redenção cultural africana, devolvendo-a ao seu lugar de merecimento.
Das experiências que tive nasceu a CINE SEM FRONTEIRAS, uma produtora de conteúdos fundada por Maria Inês e eu, que é apenas parte de um projeto maior, audacioso mesmo. Um projeto que visa à formação de profissionais para um mercado audiovisual carente pois não há formação técnica e prática.
Sei que o valor que tem o aprendizado prático para se tornar um ótimo técnico.
A partir da formação do nosso quadro de colaboradores angolanos, que atuarão na produção dos nossos produtos audiovisuais, nomeadamente séries, documentários, longas e curtas-metragens, publicidade e outros, haverá a continuidade do aprendizado em campo. Os colaboradores atuarão em filmes sob a orientação de profissionais experientes que mostrarão o modus operandi e técnicas usadas por equipes de cinema. Entenderão como se comportar num set de filmagem, como é importante o trabalho em equipe para se atingir um objetivo maior, que é o filme bem acabado, com narrativa envolvente e emocionante e entregue, pois ao fim do processo estará impresso na tela para que todos possam ver.
Para atingir os nossos objetivos, montámos uma equipa de apoio de alto gabarito, profissionais brasileiros que nos ajudarão a construir e conduzir essa forma de contar histórias de um povo, em qualquer lugar.